quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Ilustre desconhecido

Uma coisa ainda te falta. Lucas 18:22, ARA
Se houvesse um hall da fama para o cristianismo, um ilustre certamente ficaria de fora. Por um motivo muito simples: não sabemos o nome dele. O jovem rico entrou para a história sem ter o nome conhecido. Rico, influente e respeitado, ele era um religioso de mão cheia e não estava blefando quando disse: “Desde criança eu tenho obedecido a todos esses mandamentos” (v. 21). Ellen White confirma: “Cristo […] sabia ser ele sincero em sua declaração: ‘Tudo isso guardei desde a minha mocidade’” (O Desejado de Todas as Nações, p. 519).
Esse era um rapaz exemplar. O próprio Jesus disse que, para aquele jovem, só faltava uma coisa. A vida cristã é feita de muitas partes, e, ao que parece, o jovem rico já tinha passado por quase todas e estava a apenas um passo do paraíso.
Para deixar sua situação ainda melhor, “Jesus viu [naquele] príncipe exatamente o auxílio de que necessitava […]. Se ele se colocasse sob a direção de Cristo, seria uma força para o bem. […] Cristo, lendo-lhe o caráter, o amou” (idid., p. 519).
Ele também estava impressionado com Jesus. O carinho do Senhor pelas crianças despertou amor no coração do rapaz em relação a Cristo. O cenário estava pronto para o diálogo que poderia ter salvado sua vida.
– Bom Mestre, o que devo fazer para conseguir a vida eterna? – perguntou o jovem a Jesus.
Depois de uma introdução, Jesus foi ao ponto:
– Falta mais uma coisa para você fazer. Venda tudo o que você tem, e dê o dinheiro aos pobres, e assim você terá riquezas no Céu. Depois venha e me siga.
A única coisa que faltava pareceu demais para o jovem rico. Ele não podia abrir mão de suas riquezas. Eram mais importantes para ele do que qualquer coisa, inclusive Deus. “Sua afirmação de haver observado a lei divina era um engano. Mostrou que as riquezas eram seu ídolo. Não podia guardar os mandamentos de Deus, enquanto o mundo ocupasse o primeiro lugar em suas afeições” (ibid., p. 520).
O que falta para você? Existe alguma coisa em sua vida que considera mais importante que Jesus? O Senhor o ama do mesmo jeito que amou o jovem rico. Não importa se falta muito ou pouco para você. Coloque Jesus em primeiro lugar em seu coração e permita que seu nome seja escrito no hall da fama do Céu.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

A linha divisória


E aquele que guarda os Seus mandamentos permanece em Deus, e Deus, nele. 1 João 3:24
Depois da advertência contra o culto à besta e sua imagem, a profecia declara: “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12). Visto os que guardam os mandamentos de Deus serem colocados em contraste com os que adoram a besta e sua imagem, e recebem o seu sinal, é claro que a guarda da lei de Deus, por um lado, e sua violação, por outro, deverão assinalar a distinção entre os adoradores de Deus e os da besta.
A característica especial da besta e, portanto, de sua imagem, é a violação dos mandamentos de Deus. Diz Daniel a respeito da ponta pequena, o papado: “Cuidará em mudar os tempos e a lei” (Dn 7:25). E Paulo intitulou o mesmo poder “o homem do pecado” (2Ts 2:3), que deveria exaltar-se acima de Deus. Uma profecia é o complemento da outra. Unicamente mudando a lei de Deus é que o papado poderia exaltar-se acima do Criador. Qualquer pessoa que, conscientemente, guarde a lei assim modificada estará prestando suprema honra ao poder pelo qual se efetuou a mudança. Esse ato de obediência às leis papais seria um sinal de vassalagem ao papa em lugar de Deus.
O papado tentou mudar a lei de Deus. O segundo mandamento, que proíbe o culto às imagens, foi omitido da lei, e o quarto foi mudado de molde a autorizar a observância do primeiro dia em vez do sétimo, como sábado. No entanto, os romanistas apresentam como razão para omitir o segundo mandamento o fato de ele ser, supostamente, desnecessário, achando-se incluído no primeiro. Acreditam que estão apresentando a lei exatamente como era o desígnio de Deus que ela fosse compreendida. Essa não pode ser a mudança predita pelo profeta. É apresentada ainda outra mudança, intencional, com deliberação. “Cuidará em mudar os tempos e a lei.” A mudança no quarto mandamento cumpre exatamente a profecia. Para isso, a única autoridade alegada é a da Igreja. Aqui o poder papal se coloca abertamente acima de Deus.
Enquanto os adoradores de Deus se distinguirão especialmente pelo respeito ao quarto mandamento – dado o fato de ser esse o sinal do poder criador divino, e testemunha de Seu direito à reverência e homenagem do ser humano – os adoradores da besta serão reconhecidos por seus esforços em derrubar o monumento do Criador e exaltar a instituição de Roma (O Grande Conflito, p. 445, 446).

terça-feira, 16 de maio de 2017

Campeões


Quando Jesus ficou sabendo disso, saiu da Judeia e voltou para a Galileia. João 4:3
No ano de 1988, a McLaren, que já contava com o lendário piloto francês Alain Prost, contratou uma das maiores promessas do automobilismo mundial da época, o inesquecível brasileiro Ayrton Senna. O resultado foi um desempenho incrível da equipe. Das 16 corridas do ano, eles venceram 15 provas. Com isso, Senna conquistou o primeiro de seus três títulos mundiais na Fórmula 1.
Depois da vitória do brasileiro, o clima no grupo já não era o mesmo, e os dois pilotos, em vez de permanecerem parceiros, tornaram-se rivais. Em 1989, Prost voltou a ser campeão depois de se envolver em um acidente suspeito com Senna. Não havia mais ambiente na McLaren para os dois, e o francês abandonou a equipe.
O panorama acima é bem diferente do que está sendo retratado no versículo de hoje. Jesus havia iniciado seu ministério depois de ter sido batizado por João Batista. Os dois eram primos e atraíam multidões. Ocorre que as pessoas começaram a enxergar uma competição onde não havia.
Os discípulos de João, preocupados com o sucesso de Jesus e com a perda de seguidores de seu mestre, reclamaram: “Aquele homem que estava com o senhor no outro lado do rio Jordão está batizando as pessoas. […] E todos estão indo atrás dele” (João 3:25). A reposta de João tornou-se uma das mais conhecidas passagens da Bíblia por sintetizar, em uma só frase, doses incríveis de maturidade e humildade: “Convém que Ele cresça e que eu diminua” (João 3:30, ARA).
Os inimigos de Jesus, querendo atrapalhar o trabalho dele, também quiseram colocar lenha na fogueira. Eles “ouviram dizer que Jesus estava ganhando mais discípulos e batizava mais pessoas do que João” (João 4:1). Em vez de entrar nesse jogo mesquinho, Jesus “saiu da Judeia [onde João pregava] e voltou para a Galileia” (João 4:3). Na mente de Cristo e João Batista, não havia espaço para disputas infantis. Não estavam concorrendo pelo título de campeão mundial de batismos. Como uma equipe, queriam salvar juntos a maior quantidade possível de pessoas para o reino de Deus.
E você? Tem sido tentado a disputar posição com alguém? Não entre nessa. Na corrida para o Céu, todos podem ser vencedores. Com humildade e maturidade, você poderá fazer grandes coisas para Deus. Não permita que o ego e a vaidade tirem sua atenção do que de fato é importante. Coloque-se nas mãos de Deus, e Ele fará de você um verdadeiro campeão.

Ira


Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele. João 3:36, NVI
Respiração ofegante, testa franzida, olhos diminuídos, mandíbula cerrada, dentes à mostra, coração disparado, suor pelo corpo e rosto vermelho. Essa é a descrição de uma pessoa em fúria e pronta para o ataque. Considerada pela Igreja Católica como um dos sete pecados capitais, a ira é, sem dúvida, um dos sentimentos humanos mais presentes. A pergunta que surge, porém, é: Ela é sempre pecaminosa?
A resposta da Bíblia é “não”. O apóstolo Paulo, por exemplo, aconselha: “Quando vocês ficarem irados, não pequem” (Efésios 4:26, NVI). Esse texto deixa claro que é possível sentir ira e não pecar. O versículo de hoje, inclusive, menciona Deus manifestando esse sentimento. A questão, então, é: Quando a ira é legítima e até necessária? Pessoas más andam por aí distribuindo violência gratuitamente. O sentimento correto em relação a esse estado de coisas não pode ser outro senão indignação. Não podemos assistir (e aplaudir) a maldade que prolifera no mundo. É natural, por exemplo, que um pai aja com fúria para proteger seus filhos de um abusador ou de coisa semelhante. Estranho seria o contrário.
É nesse contexto que a ira de Deus se manifesta. Ele é justo e ama seus filhos. Frente à violência de Satanás contra a humanidade, o maior de todos os sentimentos de indignação encheu o coração de Jesus e, movido por isso, Ele partiu com fúria para proteger seus filhos. Por isso, Deus disse à serpente: “Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este ferirá a sua cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar” (Gênesis 3:15, NVI). Esmagar a cabeça do inimigo, mesmo a custo de um ferimento para si, foi, desde o início, o objetivo de Deus, para proteger seus filhos.
Na cruz do calvário, a indignação divina foi desviada do ser humano pecador para o próprio Filho de Deus. Porém, qual é a condição de quem não crê nesse sacrifício? Como diz o versículo de hoje, “a ira de Deus permanece sobre ele”.
O fogo e enxofre que um dia descerão do céu foram preparados para Satanás e seus anjos, não para os seres humanos, pois Jesus já recebeu a punição em nosso lugar. As pessoas só sofrerão o juízo se tiverem rejeitado o amor de Deus e ficado do lado do inimigo. Para ter um campo de força protetor e não receber a ira divina, a única coisa a fazer é crer em Jesus e amá-lo de todo o coração.

Góticos


Deus mandou a luz ao mundo, mas as pessoas preferiram a escuridão porque fazem o que é mau. João 3:18
É possível que você já tenha visto por aí pessoas que se vestem com roupas pretas, com os olhos maquiados em cores escuras e pele pálida. Se o visual já é de dar medo, pior são os hábitos de alguns deles, como visitar cemitérios à noite. São os góticos.
Em realidade, o termo gótico diz respeito a um povo bárbaro chamado de godos. Na Antiguidade, esse pessoal vivia às margens da Europa e aterrorizava o velho continente com suas invasões.
Na Idade Média, a Igreja Católica começou a construir catedrais bem diferentes, ornamentadas com esculturas de monstros e outras coisas sinistras. Por essas características amedrontadoras, a arquitetura do período foi conhecida como gótica.
De lá para cá, esse termo é usado para se referir a coisas estranhas, sombrias, assustadoras, fantasmagóricas e macabras. Por isso, foi aplicado a jovens que gostam de ouvir música punk e se vestir de preto.
O apóstolo João se refere a um grupo que também poderia ser definido como gótico. Trata-se daqueles que rejeitam a luz da verdade e se apegam às trevas do pecado que predominam no mundo.
Jesus veio a este planeta para iluminar a escuridão que a iniquidade trouxe. Com seus ensinos e exemplo de amor, Ele clareou com esperança o futuro da humanidade, que estava condenada a sofrer as consequências terríveis do pecado.
No entanto, a Bíblia diz que Jesus “veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (João 1:11, NVI). Rejeitar a luz e goticamente amar as trevas do pecado significa optar pelo erro e não querer dar ouvidos à verdade.
Em que tipo de atividade você gasta mais tempo? Que tipo de coisas de fato lhe dão prazer? Estudar a Bíblia, ir à igreja, ajudar as pessoas, etc.? Ou ler livros impróprios, ir a baladas e buscar somente a própria satisfação? As respostas às perguntas acima vão ajudá-lo a perceber qual é sua condição espiritual hoje.
Deixe a escuridão e exponha-se à luz de Deus, que está brilhando sobre você neste dia. Abra as janelas de seu coração para Ele e rejeite as trevas do pecado. Se fizer assim, você estará se preparando para vestir roupas brancas por toda a eternidade quando terá seu rosto corado por Jesus, o Sol da justiça.

Primeiro vem a coroa – II

A sua fé salvou você. Vá em paz. Lucas 7:50
Eu ainda estava lutando contra a força da água, mas estava em paz com Deus. Cheguei a dizer naquele momento: “Senhor, se Tu quiseres, posso morrer aqui. Estou salvo!” Felizmente, percebi que os planos de Deus eram maiores. Naquele dia, o Senhor estava me confiando uma missão, a qual eu cumpriria com muita gratidão e alegria.
Ficou claro para mim que havia muitos jovens na mesma situação em que eu vivia. Portanto, eu precisava sair dali e contar a eles a boa-nova de que Deus é amoroso e que conta com a juventude para o cumprimento da missão. Eu disse para Deus: “Senhor, estou satisfeito com o perdão que recebi aqui, mas se eu sair dessa situação, ficará evidente que Tu desejas que eu te sirva integralmente.” Naquele momento, tomei a decisão de ser pastor.
Havia um rapaz pescando em cima de uma pedra. Ele viu minha luta, correu até um local em que havia uma prancha e nadou em minha direção. A água estava tão violenta naquela tarde que, mesmo apoiados naquela prancha e com a experiência de surfista que ele tinha, demoramos um bom tempo para chegar à areia da praia.
Um grupo de bons nadadores também entrou no mar para salvar os demais que estavam se afogando, incluindo meu irmão. Graças a Deus, todos fomos tirados da água. No entanto, uma morte havia acontecido. Eu havia morrido para o pecado e ressuscitado para uma vida nova vida em Cristo. Aconteceu comigo e pode acontecer com você.
Por isso, caso se sinta desestimulado ou mesmo indigno para a grande missão que Deus compartilha com você, creia que a cruz do Calvário foi erguida para salvá-lo da condenação do pecado e que existe provisão de paz e amor que emanam de Jesus para você, agora, se desejar.
Saiba que um dos propósitos do inimigo ao tentar desviar você de Deus é anular seu potencial missionário. Porém, não importa o quanto você tenha andado distante nem em que situação esteja agora. Não há limites para a graça divina. Sinta-se perdoado!
Esse episódio ajudou-me a corrigir o antigo ditado que eu ouvia em minha infância: “Só vai entrar no Céu quem tiver pelo menos uma estrela na coroa.” Entendi que, antes de ter estrelas, é necessário ter uma coroa, que é um símbolo glorioso da salvação, conquistada não por méritos humanos, mas pela maravilhosa graça de Cristo.

Primeiro vem a coroa – I

Que homem é esse que até perdoa pecados? Lucas 7:49
Em minha infância, eu ouvia na igreja uma frase que me incomodava: “Só vai entrar no Céu quem tiver uma estrela na coroa.” Isso significava que cada pessoa batizada era uma estrela na coroa de quem a havia levado ao batismo. Esse fato me deixava preocupado, principalmente porque os anos estavam se passando, e eu ainda não tinha sequer uma estrela! Assim, isso era uma séria evidência de que eu não iria para o Céu.
A adolescência e a juventude chegaram. E essa tentativa de me esforçar com o propósito de alcançar méritos diante de Deus me deixava cada vez mais exausto na corrida rumo à salvação. Porém, a minha realidade espiritual passava longe da evangelização. Acumulava entulhos de pecados e culpa, que me afastavam ainda mais do ideal de Deus para mim.
Por isso, eu me esquivava dos convites para falar nos cultos, tocar piano e nem me imaginava participando em alguma atividade missionária. Um vazio do tamanho do mundo me machucava por dentro. A religião que até então eu conhecia não dava conta de resolver meu problema. A situação mudou em minha vida por conta de um fato extremo, quando eu tinha 19 anos.
Minha família e eu estávamos passando um domingo na praia, em Guarapari, ES, em um local em que o mar é muito tranquilo. Após brincar com meu irmão mais novo, entramos na água para nos refrescar. Estávamos com a água à altura do peito, quando, de repente, o mar passou a nos puxar fortemente. Comecei a me debater, mas, a cada esforço, eu era lançado para mais longe da praia.
Enquanto em desespero tentava me salvar, o filme da minha vida começou a passar em minha mente. Era um filme de terror, pois o foco de meus pensamentos estava nos meus erros. A voz acusatória de Satanás falava alto aos meus ouvidos dizendo que, além de perder a vida, eu morreria sem salvação. O desespero tinha tomado conta de mim. Estava me debatendo física e espiritualmente; eu ofegava por salvação, em todos os sentidos dessa palavra. Porém, o Espírito Santo não me abandonou.
Louvo a Deus porque, naquela tarde, a voz do Senhor silenciou as acusações do inimigo. Pela primeira vez senti o fardo pesado sair de meus ombros. Experimentei a maravilhosa graça de Deus preencher minha vida e substituir a culpa, trazendo o perdão de que tanto necessitava. O Deus da segunda chance se revelou para mim. E Ele deseja fazer o mesmo com você hoje